sábado, 30 de agosto de 2008

SALDO OLIMPICO BRASILEIRO (OLIMPÍADAS NO BRASIL ?)

Terminada a olimpíada analisa-se o saldo de medalhas do Brasil: Tivemos menos medalhas do que quatro anos atrás, em Atenas.

Imprensa, povo (condicionado pela mídia?), até o próprio presidente Lula critica a participação dos brasileiros nos jogos. Mas será mesmo que a culpa de escassez de medalhas dos atletas tupiniquins são somente deles?

Analisemos: Tirando as grandes estrelas olímpicas do país, que não são lá muitas, qual deles tem verdadeiro apoio financeiro, patrocínio? E falo nesse apoio durante os quatro anos de preparação para os jogos, não aquelas empresas que em véspera de Olimpíadas patrocinam atletas só para estamparem seus comerciais. Poucos, pouquíssimos atletas. O próprio Cielo, nosso aclamado medalhista, vive e treina nos Estados Unidos. O que nos remete a uma outra questão: Existe centros de treinamento qualificados no Brasil? Ou eles tem que treinar em locais completamente aquém do desejado? O governo investe nisso? Bom, então o Lula não pode falar nada!

A imprensa cobre os eventos esportivos? Por exemplo, você sabe quem é o campeão brasileiro de vela? O melhor time de futebol feminino do Brasil? Onde e quando foi realizado o último toneio de judô, taekwondo ou de Ginástica Olímpica? Ou quem eram os representantes brasileiros no tiro ao alvo, levantamento de peso ou esgrima? Não, no Brasil só se fala nestes esportes quando algum eventual atleta torna-se um campeão mundial da modalidade ou em véspera de Pan ou Olimpíada! Na mídia brasilera só se fala em futebol, futebol e futebol. Ah, e só masculino, ainda por cima! Então, os meios de comunicação não podem falar nada!

E o povo? Ah, o povo brasileiro... que tanto torce pelos país nas olimpíadas! Um exemplo de nacionalidade! Um povo que prestigia o basquete nacional, o handebol, o atletismo, o ciclismo! E depois exige que esses atletas tragam medalhas ao país, e se esse mesmo atleta não trouxer a bendita medalha, corre o risco de ser taxado como amarelão, como fracassado! Então, o povo também não pode falar nada!

Mas querem trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio! Dizem que aí sim, o Brasil vai investir pesado no esporte, em instalações, em patrocínios. E que jogando em casa, talvez os brasileiros possam ganhar mais medalhas e quem sabe até tornar-se uma potência Olímpica! Pura balela! Pura hipocrisia!

Essa Olimpíada no Rio servira apenas para os políticos desviarem mais dinheiros das obras, como já foi feito no Pan! E servirá apenas para maquiar uma imagem de país que investe em esporte e educação, assim como a China maquiou uma imagem de país livre e democrático!

As grandes potências esportivas investem nos atletas desde pequenos, desde crianças. Formar um atleta campeão é um investimento a longo prazo, não se forma um esportista da noite para o dia. Eles moldam o atleta! Dão suporte para ele estudar e treinar e ter uma condição de vida digna. Nos EUA, por exemplo, os atletas quase todos os atletas são patrocinados, na sua base, por faculdades, onde eles podem treinar e estudar para ter uma vida tranqüila, mesmo que não se torne uma estrela olímpica. O que está muito longe de acontecer com o Brasil! Mas esperar o quê, de um país que não investe nem em saúde e tampouco em educação!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

QUEM É MAIS VITORIOSO ?


Muito interessante a reportagem do repórter Pedro Bassan no Jornal Nacional do dia 13/08. Ele fala sobre o judoca brasileiro Eduardo Santos nas Olimpíadas de Pequim.

Não, o brasileiro não ganhou medalha nenhuma. Tampouco era uma das esperanças do Brasil, não passava de um mero desconhecido até então. Lutador de judô, ele foi derrotado nas semifinais e perdeu a oportunidade de lutar pelo ouro ou prata. Sobrou a medalha de bronze para disputar. A luta, muito equilibrada foi para o “golden score”, a prorrogação do judô. Após novo empate, os juízes ficaram encarregados de escolher quem seria o vencedor e conseqüentemente levaria a medalha. Eles, apesar do brasileiro sempre ter tomado a iniciativa durante o combate, decidiram pela vitória do suíço. Eduardo foi nocauteado pela emoção e desabou em lágrimas.

Antes de enfrentar os microfones, um instante sozinho. O que dizer? “Não sei o que dizer. Gostaria de falar para o meu pai e para a minha mãe que fiz o melhor que pude, mas não deu. Tentei o máximo que pude. Não tive competência para jogar meu adversário”, conta. Mas Eduardo é persistente. Vai tentar tudo de novo. “Vou treinar e vou ganhar, espero que minha família também tenha gostado. Isso já me deixa feliz”.

No mesmo dia Michael Phelps tornou-se o maior medalhista olímpico da história. Só em Pequim conquistou 8 medalhas douradas, somando doze com as da Grécia.

E aí que Pedro Bassan foi feliz, ao ter a sensibilidade de fazer uma reflexão sábia e perspicaz, comparando a trajetória dos dois esportistas.

Phelps nasceu em uma família rica. É indiscutível sua genialidade, não é a toa que é o maior esportista da história, mas a vida sempre foi generosa com ele. Sempre teve excelentes treinadores, as melhores piscinas a disposição, os melhores equipamentos. Já Eduardo sempre foi um lutador, dentro e fora dos tatamis. De família pobre, humilde, nunca teve recursos para treinar, tampouco um patrocínio. Mas não escolheu o caminho mais fácil da criminalidade, que muitos de seus amigos seguiram, ele escolheu ser um atleta. Aos 14 anos passou para a faixa marrom, e só dez anos depois conseguiu dinheiro para passar a faixa preta. Conquistou sua vaga para as olimpíadas no final do ano passado, mas só pode viajar a China porque a federação Paulista o isentou de uma taxa de R$1,5 mil.

Bassan, então, encerra a reportagem questionando: Onze medalhas de ouro em Olimpíadas: este é Michael Phelps. Nenhuma medalha: este é Eduardo Santos. Quem é mais vitorioso? A resposta não é tão simples assim. Há mais vencedores do que podemos imaginar.

E é a mais pura verdade. Nem só de medalhas e recordes é feito uma olimpíada, mas também de histórias de vida e vitórias pessoais. Nessa reportagem, Bassan consegue derrubar aquela idéia que a mídia passa de que só o que importa são as vitórias, as medalhas. E quem não alcança o triunfo não passa de um fracassado.

Mesmo as grandes estrelas e recordistas mundiais tiveram um inicio árduo, que dizer então dos atletas mais humildes, que não tem o mínimo incentivo, ou de países pobres, ou em guerras. Quem acompanhou a luta dos três ou quatro iraquianos para ter direito de participar dos jogos certamente se comoveu. Conquistaram por méritos os índices olímpicos, mas por problemas administrativos de seu país quase não puderam ir à China. As dificuldades por que cada atleta, independente de país, teve de passar para conseguir chegar lá já os tornam vencedores. Tudo o que tiveram de abdicar, horas e horas de exaustivos treinamentos, esforços e pressões psicológicas. Mesmo que seja só para competir, que não tenham a mínima chance de medalhas, cada atleta desses é um campeão.
Ressaltando a máxima esportiva "O importante é competir!"

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

COBRE-SE MENOS


Venho mais uma vez pedir desculpas aos amigos que lêem este humilde blog pela demora para escrever. O problema dessa vez foi de conexão, estava há duas semanas sem conseguir conectar-me a internet. Mas espero que este problema não volte a se repetir.

Como tinha dito no último post, mês passado eu estava de férias. Dias desses estava eu vendo uma lista de coisas que eu queria fazer nessas férias, e dei-me conta de que fiz bem poucas coisas que queria ter feito. Logo fiquei triste, me cobrei por isso (me cobro muito, sou extremamente rigoroso comigo mesmo).

Mas depois de ter-me decepcionado comigo mais uma vez, comecei a refletir: “Ah, mas que mal há nisso, estava de férias mesmo!”. Tudo bem que não fiz boa parte das coisas que tinha a fazer, não li todos os livros que queria, não visitei todas as pessoas que desejava... mas e daí? Eu estava de férias! Não fiz o que tinha me proposto fazer, mas também fiz outras coisas, descansei bastante, curti mais meus pais, meus afilhados.

Defendo a idéia, e já escrevi aqui no blog, que sou favorável a se fazer uma lista de metas & objetivos na vida e correr atrás deles, mas as vezes também é bom dar uma parada, uma descansada, rever conceitos e metas.

Temos que perder aquela idéia que nos vendem de termos de estar sempre correndo, sempre produzindo algo, e darmos um tempo para não fazermos nada, e não nos cobrarmos nem criticarmos por isso. Claro que não estou defendendo a idéia de “não fazer nada nunca”, pelo contrário, mas vez em quando é bom dar uma relaxada, parar um pouco com a correria do dia-a-dia, cobrar-se menos e curtir as pequenas coisas a sua volta.

Por isso, reserve-se um tempo para o “não fazer nada”, ficar “na boa”. Aproveite o seu ócio, ainda mais se este for iluminado!