domingo, 29 de maio de 2011

COMENTARISTAS DE RESULTADOS


No Brasil acredita-se que todo mundo entende de futebol. Mas, na realidade, o que é entender de futebol? Para a grande maioria das pessoas compreender as regras e identificar se time A ou B jogou bem ou não determinada partida já se trata de entender o futebol e, de certa forma, não deixa de estar certo. Mas quando se trata de imprensa especializada, o “entender” não deveria ser tão simplificado assim.

 É muito fácil ser comentarista de futebol no Brasil, basta falar o óbvio, fazer algumas previsões sem nenhuma base concreta e comentar os resultados das partidas. E com essa proliferação de debates esportivos aos domingos, aumentou muito o número de comentaristas de futebol, pena que a qualidade é cada vez menor.

Para a grande mídia, qualquer pessoa que fale um pouco mais articulado pode ser comentarista, mesmo que saiba muito pouco ou quase nada sobre futebol. Ou então, o que mais se vê, qualquer ex jogador. Mas aí esse cara é o dono da razão e, por já ter entrado em campo tempos atrás, mesmo que não jogasse grande coisa, acredita que sabe tudo sobre os bastidores do futebol e quem é, ou não, um bom jogador. Considera-se o dono da verdade. E isso sem falar de comentaristas que vendem críticas positivas ou negativas.

Eles difundem e defendem “Teorias do achismo”. “Acho que tal treinador vai jogar com tal esquema, vai entrar com tal jogador...”, mas com nenhuma análise ou argumento concreto para sua teoria. Um esquema é bom enquanto está ganhando, depois de duas ou três derrotas o esquema já está obsoleto e não presta mais.

Se perde um jogo, o time não presta, não vale nada. Na outra partida, vencendo, é o melhor do mundo. Após uma derrota, não tem time, nem elenco, o esquema é ruim e o treinador já está desgastado. Mas se na semana seguinte seu time vencer bem, tudo muda. Da água para o vinho em 90 minutos.

Mas poucos se atrevem a falar de esquemas táticos, suas complexidades ou estratégias. O máximo que se aventuram é arriscar os esquemas propostos pelas escalações, mas não comentam, ou não identificam, suas complexidades e variações dentro de campo, provando suas pobres e limitadas visões sobre o futebol.

E isso falando no futebol brasileiro, que é acompanhado mais de perto e com mais intensidade. Quando se fala em futebol internacional, as bobagens são ainda maiores. A situação mais melancólica que assisti foi essa http://ocioiluminado.blogspot.com/2008/05/futebol-e-comentaristas-de-internet.html.

Eles vivem exaltando novas revelações no futebol. A falta de ídolos, de craques dentro do futebol brasileiro, devido a grande debandada de atletas para o exterior, faz com que qualquer jovem promessa ou atletas apenas médios com algum destaque, torne-se futuro craque. Um ídolo forçado e momentâneo, quem com o passar do tempo cairá de produção e logo se irá perceber que tudo o que se acreditava sobre ele, foi apenas exagero . Mas aí surgirão outros ídolos momentâneos...

Porém, eles tem o privilégio e a sorte de estarem na mídia. Pena que não aproveitam bem os espaços que ocupam.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O DIA EM QUE A TERRA (QUASE) PAROU

Onde vamos parar, ou melhor, andar ?


Vinte de abril de 2011, véspera de feriadão. Não, não foi esse o dia que a terra parou. Mas foi quase...

A cada véspera de feriadão tem sido assim, e cada vez a situação piora mais. Rodovias que, até então, não sofriam desse problema, como a BR-386, tem sentido essa realidade. E não adianta apelar para os ônibus ou aviões, o caos se instalou atormentando quem pretende viajar.

Mas essa situação não se instala apenas nas vésperas de feriadão, diariamente sentimos a rotina dos congestionamentos em nossas cidades. Porto Alegre, Rio, São Paulo e até as cidades pequenas estão sofrendo com os problemas de trânsito. Engarrafamentos diários, tranqueiras, falta de rotas alternativas, transporte público ineficaz e consequentemente mau humor e stress nos motoristas e na população que sofre com essa realidade.

Não se vê investimentos em estradas, em infraestrutura, em novos meios de transporte público. As obras que começam a serem feitas agora não são para evitar o problema, mas para desafogar situações caóticas, como na BR 116 na região metropolitana.

Mas a alternativa, a rodovia do parque, quando estiver pronta, provavelmente não irá suprir a demanda de carros, tamanha deverá ser a frota neste momento. O poder público age de forma errada, em vez de tentar evitar os congestionamentos, só age para tentar remediar o problema, enquanto isso ele se agrava cada vez mais. Assim, sempre estaremos correndo atrás da máquina.

O transporte público que dispomos atualmente é caro, é lento, é demorado e super lotado. Não supre a necessidade da população. Ninguém que tenha condições de ir para o trabalho ou faculdade de carro deixará de fazê-lo para ir de transporte público.

O governo anuncia obras no trem, reformas em rodovias. Mas enquanto estas obras estiverem em andamento, por onde vamos andar? Quais rotas poderemos usar enquanto houverem os transtornos das obras? Nesse ritmo, um dia a terra há de parar.

Mas nossos governantes não se preocupam com essa situação. Quando o caos se instalar, quando não houverem mais alternativas de locomoção, os atuais governantes não estarão no poder, então, os que virão que se preocupem com esses problemas. Enquanto isso, a população vai pagando a conta...