Muito interessante a reportagem do repórter Pedro Bassan no Jornal Nacional do dia 13/08. Ele fala sobre o judoca brasileiro Eduardo Santos nas Olimpíadas de Pequim.
Não, o brasileiro não ganhou medalha nenhuma. Tampouco era uma das esperanças do Brasil, não passava de um mero desconhecido até então. Lutador de judô, ele foi derrotado nas semifinais e perdeu a oportunidade de lutar pelo ouro ou prata. Sobrou a medalha de bronze para disputar. A luta, muito equilibrada foi para o “golden score”, a prorrogação do judô. Após novo empate, os juízes ficaram encarregados de escolher quem seria o vencedor e conseqüentemente levaria a medalha. Eles, apesar do brasileiro sempre ter tomado a iniciativa durante o combate, decidiram pela vitória do suíço. Eduardo foi nocauteado pela emoção e desabou em lágrimas.
Antes de enfrentar os microfones, um instante sozinho. O que dizer? “Não sei o que dizer. Gostaria de falar para o meu pai e para a minha mãe que fiz o melhor que pude, mas não deu. Tentei o máximo que pude. Não tive competência para jogar meu adversário”, conta. Mas Eduardo é persistente. Vai tentar tudo de novo. “Vou treinar e vou ganhar, espero que minha família também tenha gostado. Isso já me deixa feliz”.
No mesmo dia Michael Phelps tornou-se o maior medalhista olímpico da história. Só em Pequim conquistou 8 medalhas douradas, somando doze com as da Grécia.
E aí que Pedro Bassan foi feliz, ao ter a sensibilidade de fazer uma reflexão sábia e perspicaz, comparando a trajetória dos dois esportistas.
Phelps nasceu em uma família rica. É indiscutível sua genialidade, não é a toa que é o maior esportista da história, mas a vida sempre foi generosa com ele. Sempre teve excelentes treinadores, as melhores piscinas a disposição, os melhores equipamentos. Já Eduardo sempre foi um lutador, dentro e fora dos tatamis. De família pobre, humilde, nunca teve recursos para treinar, tampouco um patrocínio. Mas não escolheu o caminho mais fácil da criminalidade, que muitos de seus amigos seguiram, ele escolheu ser um atleta. Aos 14 anos passou para a faixa marrom, e só dez anos depois conseguiu dinheiro para passar a faixa preta. Conquistou sua vaga para as olimpíadas no final do ano passado, mas só pode viajar a China porque a federação Paulista o isentou de uma taxa de R$1,5 mil.
Bassan, então, encerra a reportagem questionando: Onze medalhas de ouro em Olimpíadas: este é Michael Phelps. Nenhuma medalha: este é Eduardo Santos. Quem é mais vitorioso? A resposta não é tão simples assim. Há mais vencedores do que podemos imaginar.
E é a mais pura verdade. Nem só de medalhas e recordes é feito uma olimpíada, mas também de histórias de vida e vitórias pessoais. Nessa reportagem, Bassan consegue derrubar aquela idéia que a mídia passa de que só o que importa são as vitórias, as medalhas. E quem não alcança o triunfo não passa de um fracassado.
Mesmo as grandes estrelas e recordistas mundiais tiveram um inicio árduo, que dizer então dos atletas mais humildes, que não tem o mínimo incentivo, ou de países pobres, ou em guerras. Quem acompanhou a luta dos três ou quatro iraquianos para ter direito de participar dos jogos certamente se comoveu. Conquistaram por méritos os índices olímpicos, mas por problemas administrativos de seu país quase não puderam ir à China. As dificuldades por que cada atleta, independente de país, teve de passar para conseguir chegar lá já os tornam vencedores. Tudo o que tiveram de abdicar, horas e horas de exaustivos treinamentos, esforços e pressões psicológicas. Mesmo que seja só para competir, que não tenham a mínima chance de medalhas, cada atleta desses é um campeão. Ressaltando a máxima esportiva "O importante é competir!"
Não, o brasileiro não ganhou medalha nenhuma. Tampouco era uma das esperanças do Brasil, não passava de um mero desconhecido até então. Lutador de judô, ele foi derrotado nas semifinais e perdeu a oportunidade de lutar pelo ouro ou prata. Sobrou a medalha de bronze para disputar. A luta, muito equilibrada foi para o “golden score”, a prorrogação do judô. Após novo empate, os juízes ficaram encarregados de escolher quem seria o vencedor e conseqüentemente levaria a medalha. Eles, apesar do brasileiro sempre ter tomado a iniciativa durante o combate, decidiram pela vitória do suíço. Eduardo foi nocauteado pela emoção e desabou em lágrimas.
Antes de enfrentar os microfones, um instante sozinho. O que dizer? “Não sei o que dizer. Gostaria de falar para o meu pai e para a minha mãe que fiz o melhor que pude, mas não deu. Tentei o máximo que pude. Não tive competência para jogar meu adversário”, conta. Mas Eduardo é persistente. Vai tentar tudo de novo. “Vou treinar e vou ganhar, espero que minha família também tenha gostado. Isso já me deixa feliz”.
No mesmo dia Michael Phelps tornou-se o maior medalhista olímpico da história. Só em Pequim conquistou 8 medalhas douradas, somando doze com as da Grécia.
E aí que Pedro Bassan foi feliz, ao ter a sensibilidade de fazer uma reflexão sábia e perspicaz, comparando a trajetória dos dois esportistas.
Phelps nasceu em uma família rica. É indiscutível sua genialidade, não é a toa que é o maior esportista da história, mas a vida sempre foi generosa com ele. Sempre teve excelentes treinadores, as melhores piscinas a disposição, os melhores equipamentos. Já Eduardo sempre foi um lutador, dentro e fora dos tatamis. De família pobre, humilde, nunca teve recursos para treinar, tampouco um patrocínio. Mas não escolheu o caminho mais fácil da criminalidade, que muitos de seus amigos seguiram, ele escolheu ser um atleta. Aos 14 anos passou para a faixa marrom, e só dez anos depois conseguiu dinheiro para passar a faixa preta. Conquistou sua vaga para as olimpíadas no final do ano passado, mas só pode viajar a China porque a federação Paulista o isentou de uma taxa de R$1,5 mil.
Bassan, então, encerra a reportagem questionando: Onze medalhas de ouro em Olimpíadas: este é Michael Phelps. Nenhuma medalha: este é Eduardo Santos. Quem é mais vitorioso? A resposta não é tão simples assim. Há mais vencedores do que podemos imaginar.
E é a mais pura verdade. Nem só de medalhas e recordes é feito uma olimpíada, mas também de histórias de vida e vitórias pessoais. Nessa reportagem, Bassan consegue derrubar aquela idéia que a mídia passa de que só o que importa são as vitórias, as medalhas. E quem não alcança o triunfo não passa de um fracassado.
Mesmo as grandes estrelas e recordistas mundiais tiveram um inicio árduo, que dizer então dos atletas mais humildes, que não tem o mínimo incentivo, ou de países pobres, ou em guerras. Quem acompanhou a luta dos três ou quatro iraquianos para ter direito de participar dos jogos certamente se comoveu. Conquistaram por méritos os índices olímpicos, mas por problemas administrativos de seu país quase não puderam ir à China. As dificuldades por que cada atleta, independente de país, teve de passar para conseguir chegar lá já os tornam vencedores. Tudo o que tiveram de abdicar, horas e horas de exaustivos treinamentos, esforços e pressões psicológicas. Mesmo que seja só para competir, que não tenham a mínima chance de medalhas, cada atleta desses é um campeão. Ressaltando a máxima esportiva "O importante é competir!"
18 comentários:
Eu fiquei surpreendida com a trajetória dele. Os nossos atletas, em sua maioria, não ganham incentivos e os devidos patrocínios, tendo que buscar em sua renda familiar o sustento para financiar a sua carreira de atleta. Mas, e quem não tem condições alguma para tal, como é que fica? Difícil? Complicadíssimo.
Com certeza, ele demonstrou estar preparado para mais uma batalha, e nessa, a esperança de uma medalha virá, pode ter certeza.
P.s: Desculpa a ausencia por aqui, andei lendo os seus pots anteriores, e devo confessar: Já estou cheia de mulheres frutas. aff!!
beijão!!
Gostei da reportagem. Graças a Deus a gente tem repórteres que sabem mudar a mesmice das medalhas, a só exaltar quem é vitorioso. Fora que o Bassan é ótimo nas palavras.
Enfim, com relação às diferenças de classe entre Phelps e Eduardo, também existe as de investimento no esporte. Os EUA investem no esporte. O Brasil investe no futebol. Aqui só existe futebol, e lá existe outros esportes. E é isso que falta aqui: saber dosar as coisas.
Infelizmente brasileiro só dá valor aos outros esportes em duas ocasiõees: 1) em jogos olímpicos/pan americanos; 2) quando aparece um esportista relâmpago - como o Guga - que daó despejam informações sobre outros esportes. Senão, fica só no futebol.
Essa, pra mim, é a grande diferença. Porque de nada adianta ser rico e não ter estrutura - locais de treinamento e de competição - para praticar o que deseja.
Abraço
Sinceramente:
Este era o texto que eu estava precisando ler nesta manhã sem sal de quinta-feira para levantar meu animo!
Excelente demais!
Muito obrigadaaa
Beijo
Um topico muito interessante que retrata que o mais importante é participar com honra e dignidade!
Beijo doce
Vou te falar que pra mim o Phelps e o Eduardo Santos são campeões, independente do resultado..
Beijos
extremamente grata pelo carinho e pela visita.
infelizmente, nada desse texto posso falar, não tenho acompanhado as olimpíadas, o que é uma vergonha, eu sei.
volterei aqui mais vezes.
beijos, carol
Esse é o primeiro blog que eu leio falando de olimpíadas, que não está logo metendo a boca no Brasil.
Independente de medalha, ele é um vitorioso e não há dúvidas. Ele fez muito com o mínimo que teve!
Espero que na próxima vez, ele consiga. porque merecer, ele merece.
;)
A vitória já está em participar. Mais vale um coração de ouro do que uma medalha dourada no peito, e isso o nosso judoca certamente tem.
Bjos Leandro...bom fim de semana..!
Pow Leandro, antes de mais nada valeu pela visita lá no meu "mundo".
Valeu mesmo pelo comentário!
.
Bem, concordo em tudo com VC. E como disse o GALVÃO (que muitas vezes exagera mas fala muitas verdades) acho que tá na hora de apenas olharmos por esse lado. Temos que dá uma basta em ficar utilizando isso como regra e passar a utilizá-la com exceção. Se vc for lá no meu BLOG vai ver pq eu tô dizendo isso.
O Brasil tornou-se um fiasco em Pequim. Quantos atletas daqueles tem tudo pra treinar, ganham dinheiro a vontade, e saem daqui pra fazer merda do outro lado do Planeta.
Será que não conseguem competir?
Em nada?
TÁ NA HORA DO BRASIL PASSAR A REVER E A REFLETIR MELHOR SOBRE COMO ACEITAR OS RESULTADOS.
Grande abraço e belas palavras.
Massa o POST viu?
Thiago's
É assim que nós brasileiros ganhamos ouro todos os dias!!!
Bjs Lelli
Nossos atletas deveriam ganhar medalhas só por se intererssarem em se tornar atletas. Por que ou vc vira uma estrela rica, ou um anonimo implorando patrocinio.
coragem pra largar o emprego ?
Minha colega de blog largou, com o coração na mao mais largou..
mais nessas horas é bom já ter outro de garantia né amigo ?
AMEI a reportagem e o Brasil é uma bosta!
:D
repetindo o teu:"Tchê"!!
Continue com estas reportagens extraordinárias, pois na T.V. só o que se vê são notícias e mais notícias de morte...de uma vida sem outras perspectivas que não a violência e a miséria...precisamos de um pouco de esperança...Tô de Olho!!!!abração.
Também acho! Campeão é aquele que lutou, chegou lá e conseguiu competir!
No caso dos Brasileiros isso se torna aidna masi verdade, porque patrocínio que é bom, existe pouco! Então quem conseguiu ir até lá, foi com o suor do rosto. Acho que mesmo sem medalhas vários Brasileiros foram vitoriosos. Só achei ridícula a atuação da seleção masculina de futebol, logo eles, que ganham fortunas, que ganham patrocínios caríssimos, que ganham todo o apoio e gosto do país, ficaram naquela lenga-lenga, não que precisem ganhar sempre, certo que não, mas não jogaram lá essas coisas e não é de hoje! As mulheres sim, é que fizeram bonito!
Abraços!
Fábio!
Um sensivel ponto de vista em seu texto, mas tenho que dizer que olimpiadas naum me apetece. Muito pão e circo p/ meu gosto.
Eu tenho certeza que todos ficaram emocionados com a vida do judoca, e aquele choro, cara, foi de arrepiar ele dizendo aquelas palavras. O atleta que vai por si, para se abrilhantar, e massagear o ego, nem sempre é o melhor.
E quanto ao Phelps, o cara é genial tá, mas precisa de 190 atletas irem pra só encherem a bola dele? Tá, eu assumo que me matei de torcer contra os Estados Unidos nessas Olimpíadas, hahahaha.
Beeeeeeeeeijos
Os nossos atletas, em sua maioria, não ganham incentivos e os devidos patrocínios, tendo que buscar em sua renda familiar o sustento para financiar a sua carreira de atleta. [2]
Eu vi a reportagem.... ele é vencedor mesmo sem medalhas e um exemplo de vida para todos inclusive para muitos atletas que tem altos salários
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