Um interessante ponto de
vista frente a destruição completa causada pelo furacão Sandy na semana
passada.
O
furacão Sandy atingiu os Estados Unidos na semana passada, fato que foi muito
divulgado e espetácularizado pela mídia. O fenômeno destruiu milhares de casas
e fez centenas de mortos.
Na
noite de ontem passou na tevê uma matéria do CQC sobre o fato. O repórter
mostrava os estragos do furacão e uma mulher olhava para a sua casa que foi
consumida pelo fogo. Ela fugiu antes do ciclone atingir sua casa, mas não
conseguiu salvar quase nada.
Vendo
a cena, o repórter se aproxima e pergunta: “O que de mais valioso a senhora
perdeu?”. Ela olha para os escombros que restaram da sua casa, e pensa um
pouco...
Conhecendo
um pouco da cultura americano e do seu estilo de vida, sabemos que é a
sociedade mais consumista do mundo. Sendo assim, com a pergunta do repórter,
logo imaginamos que ela iria se queixar de carros que talvez tenham ficado na
casa, eletrodomésticos, eletrônicos... alguma coisa do tipo.
Mas,
para surpresa minha, ela responde: “O que de mais valioso eu perdi foi o meu
caderno de anotações e recados.” O jornalista se surpreende: “A coisa mais
valiosa que a senhora perdeu foi um caderninho de recados?”. Ao que ela
complementou: “Sim, foi meu caderninho. Havia dezenas de recados, anotações,
fotos. Tinha toda a história de uma vida guardados nele. E isso não há como
recuperar”.
Grande
e surpreendente resposta. Como já citei, na sociedade mais consumista do mundo,
ouvir uma resposta dessa é uma grande raridade. E ela não deixa de ter razão.
Seu caderninho deveria ser uma espécie de agenda, onde ela deve ter guardado
centenas de anotações, rabiscos e lembranças.
São
anos de vida registrados. Momentos de vida felizes e outros tantos tristes.
Trata-se de recordações de uma vida. Experiências adquiridas ali guardadas.
Anotações de que a vida não passou em vão, de que se tem uma história, momentos
para reviver e recordar. Momentos, pessoas que não passaram em vão, que acrescentaram
pelo menos uma linha no nosso livro da vida.
E
você, como tem guardado suas recordações e experiências de vida? Como tem isso
protegido se vier um furacão e bagunçar completamente sua vida? Ou você tem
deixado a vida passar em vão, sem escrever uma linha na história de sua vida?